domingo, 20 de dezembro de 2009

Cegueira judicial!!!

Vergonhas do Estado e da justiça portuguesa!

Cegueira judicial!!!

Os responsáveis pelo processo judicial de Entre-os-Rios, já encontraram os culpados.

Quem são?

Nem mais nem menos, do que aqueles que encontraram a morte ao passarem numa ponte, propriedade do Estado português. Pois é. O Estado manda construir pontes com o dinheiro dos contribuintes, mas esses mesmos não são obrigados a nela transitar. Se o fizerem, correm o risco de terem que pagar os danos causados pela negligência desse mesmo Estado. E como eles já não se encontram entre os vivos, que fez ou decidiu a “competente”, Justiça portuguesa?

Pura e simplesmente, condenou os familiares (talvez por não terem morrido com as vítimas).

Como todos nós já nos apercebemos, em Portugal é muito mais fácil condenar os inocentes e os pobres, do que os responsáveis, ricos e poderosos. Mas daí a chegar a este ponto, é impensável. Nós não nos podemos sujeitar a palhaçadas em casos tão sérios, como este processo da ponte de Entre-os-Rios.

Isto não passa de uma fantochada. Sendo o Estado português o proprietário da ponte e não havendo ou não querendo encontrar culpados, o único culpado é o Estado. E por isso, deve ser condenado exemplarmente, para que tenhamos a certeza de que o crime não ficará impune, perante a Lei.

Culpado de homicídio, por negligência!

A Justiça cometeu neste processo, o estúpido erro da cegueira. A Justiça da cobaia. Tamanho erro, não dá para acreditar que possa vir de uma Justiça digna desse nome e ainda menos, que esta decisão tenha vindo da parte de pessoas, supostamente formados em Direito.

Também supostamente, um Juiz que se preze deve ser dono de uma imparcialidade total, aliada a uma inteligência fora de série, para precisamente não cometer erros tão crassos. Se uma ponte é pertença do Estado e a Justiça desse mesmo Estado, não encontra ou não quer encontrar culpados na degradação dessa estrutura, torna-se por demais evidente que o único culpado, é esse mesmo Estado.

Perante esta vergonha judicial, é claro que mais uma vez ficamos com a nítida impressão, de que não se quis encontrar os verdadeiros culpados, preferindo optar por imolar cobaias, nos familiares das vítimas. Assim, a Justiça poderia fazer-se pagar pelo trabalho que não fez e que era, encontrar aqueles que têm responsabilidades e que negligenciaram o seu trabalho.

Isto é uma autêntica ameaça aos contribuintes, que no futuro queiram processar o Estado português, pelos seus erros e a sua falta de empenho. Teremos que pagar os processos onde a lenta Justiça que temos, se recuse a culpar os responsáveis. Neste caso, o Estado.

Infelizmente, tenho a impressão de que o povo português já se habituou e até se conformou, com estas cenas menos dignas. Já tivemos o caso da pedofilia na Casa Pia, o caso da Maddie, temos actualmente a sensação de que querem abafar ou mesmo arquivar o caso Freeport, e agora com este caso caiu-nos a última gota, que fez transbordar o vaso da Decência. Ou será, Indecência?

A conclusão a que chegou esta nossa Justiça, além de ridícula é também “pelo seu impacto”, monstruosa, escandalosa, vergonhosa, indecente e inqualificável.

Esta decisão judicial de culpar os inocentes, é para nós contribuintes, a prova se necessário fosse, da incompetência do grupo de trabalho durante as investigações. Também deu aos verdadeiros responsáveis pela tragédia, o sentimento de impunidade perante a Lei, pelas suas negligências na manutenção da ponte. Poderão continuar impunemente a negligenciar o trabalho e fruto dessa negligência (ou quem sabe, incompetência) provocar outras tragédias, pois que se encontram protegidos pelas leis que são o retrato, da incompetência dos legisladores na A.R.-!

Faço um apelo ao povo português para que por uma vez, se reúna por todo o país em gigantescas manifestações contra esta decisão judicial, do processo da ponte de Entre-os-Rios.

Não é um apelo a responsáveis sindicais ou políticos, porque essa gente só sabe é aproveitar para fazer disto indignamente; recuperação política.

Não gostaria de ver nessas eventuais manifestações, bandeirolas de sindicatos ou partidos, nem tão pouco cabecilhas de partidos políticos, nas frentes desses combates, pois que muitos deles são responsáveis pelo que está a acontecer na nossa Justiça. Não poderemos aceitar que, pessoas que têm responsabilidades nestas injustiças venham lavar a cara, participando e protagonizando numa manifestação que eles próprios provocaram.

Sejam decentes com a vossa ausência.

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