terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Debate político entre Paulo Portas e Jerónimo de Sousa

Paulo Portas e Jerónimo de Sousa

Debate político entre

Neste debate, o Mosteiro dos Jerónimos como não podia deixar de ser, não se limitou a evitar polémicas como o fez com o Chico Parte Loiça, nem a baixar a bola e a concordar como fez com aquele que fora dos debates mais ataca. O candidato socialista. Neste debate, havia uma grande diferença. O adversário era de direita, enquanto no outro, era da esquerda Centrão. O Chico, sempre é mais da família. Voilá l´explication.

Eu até compreendo, que ele tenha sido pouco interveniente face ao Chico do BE, pois os programas eram no mínimo, muito parecidos e nesse caso o primeiro a falar, diria tudo ou quase tudo o que os dois queriam dizer. Mudando uma vírgula aqui um ponto acolá, os conteúdos seriam praticamente os mesmos. Aconteceu que nesse debate, a esperteza do Chico ao pegar no debate pelos chifres, tirou qualquer hipótese de réplica, ao inactivo Jerónimo. A não ser que ele, não se importasse de repetir o que o Chico já tinha dito. Claro que não sendo papagaio, o Jerónimo optou por ficar calado.

O que eu já não compreendi, foi a falta de reacções perante Sócrates que portanto, tem um programa nada parecido com o do seu utópico partido. Fiquei estupefacto. Praticamente não disse nada. Não sei porquê.

A não ser que o seu partido esteja a planear, fazer parte de um governo em parceria com Sócrates e também com o Chico, isto no caso dos votos dos dois não chegarem à maioria absoluta. Assim, Sócrates governaria com um Mosteiro e os dois teriam um Chico. Fariam um belo triângulo e tenho a certeza que o Chico, com a sua abertura de espírito que sempre mostrou nestes assuntos do amor, aceitaria imediatamente. Para o Chico quando se fala em amor, não há fronteiras.

Pelo menos, é o que ele apregoa.

Desculpem por divagar, mas a culpa não é minha. É do calor que me enrosca os neurónios e me provoca devaneios.

Voltemos ao trabalho (perdão), ao debate.

Neste debate, vá-se lá saber “porquê”, o candidato comunista começou logo por atacar com as suas utopias, talvez no intento de satisfazer um pouco mais as suas hostes, porque tenho quase a certeza, que os comunistas não devem ter apreciado a forma como ele se comportou, nas duas anteriores intervenções. Ou então, na tentativa de confundir e desconcertar o seu adversário de direita. De qualquer forma, pouco ou nada disse que pudesse ter algum relevo para o interesse do nosso país.

O certo, é que o líder comunista mostrou-se muito sectário, chegando ao ponto de se querer apropriar a exclusividade de ideias, em algumas matérias desenvolvidas. É como eu digo. Os extremistas radicais e os utópicos, têm sempre tendência quando isso lhes interessa, a monopolizar conteúdos. A dizer que são propriedade deles. (Esta forma de agir, é muito parecida com aquela que caracteriza Sócrates.* Passa-se o mesmo, no que diz respeito às medidas sociais. Pensam sempre que só eles, é que têm preocupações com a miséria dos mais desfavorecidos. Claro que a ouvi-los, o país iria à ruína.

Em conjunto o que é raro entre estes dois partidos, condenaram a política seguida por este governo em relação à agricultura e pescas e reclamaram mais recursos financeiros para essas classes.

No que se relaciona à saúde, distinguiram-se um do outro. Jerónimo preconiza mais Estado, enquanto Portas sem refutar o Estado, defende que o privado, deve complementar as lacunas do Serviço Nacional de Saúde. O Mosteiro dos Jerónimos só pensa Estado, dando-nos a impressão de ter esquecido que o défice do país não se deve ao privado, mas ao Estado. Claro que o Mosteiro, é sempre coerente com as suas utopias, importadas da ex-União Soviética e que deu no que deu. Colapso económico da União Soviética e o subsequente desmoronamento desse regime.

A má gestão das finanças e dos recursos humanos nos serviços prestados pelo Estado, é o que provoca o caos na economia nacional. Mais rigor nas contas, mais controlo nos serviços prestados, menos esbanjamento dos nossos impostos em obras que por vezes triplicam o orçamento inicial, já ajudariam o país a levantar-se.

Continuo sem ver o que procuro nestes debates. Se continuarem no mesmo nível, o melhor que tenho a fazer é reformar-me para não passar por chato.

*(Os deputados doutros partidos, apresentam ideias na AR que Sócrates recusa firmemente mas, passado algum tempo apresenta-as com insignificantes diferenças como sendo ideias suas e do seu partido, e aprova-as.)

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